Figueira joga bem no início, bate Furacão e mantém 100% em casa

19-06-2011 18:14

 

Time faz dois gols em 19 minutos, chega aos 10 pontos e sobe na tabela. Atlético-PR continua com apenas um ponto e amarga a vice-lanterna.

Três vitórias nas três partidas disputadas em casa neste Brasileirão. Esse é o Figueirense de Jorginho, que já tinha feito bem o serviço contra Cruzeiro e Atlético-GO. Neste domingo, manteve a força do mando de campo. Nem se esforçou muito: precisou de apenas 19 minutos para despachar o Atlético-PR, por 2 a 0, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Com os gols de Héber e Juninho - este, ao lado de Fernandes, o destaque do jogo -, o time foi para 10 pontos ganhos e aparece no grupo que figura no alto da tabela.

A boa campanha, que inclui um empate fora de casa com o Vasco, campeão da Copa do Brasil, e uma derrota apenas para o líder do campeonato, o São Paulo, contrasta com a péssima fase do Atlético-PR. O time se mantém com apenas um ponto ganho, e só não está na lanterna porque o Avaí consegue fazer pior: goleado por 5 a 0 pelo Palmeiras, o grande rival do Figueira ainda fez a torcida do Figueira comemorar mais.

atlético pr x figueirense heber (Foto: Agência Estado)Héber comemora após marcar primeiro gol do Figueira contra Furacão no Orlando Scarpelli.

Na sexta rodada, a equipe catarinense terá um bom teste: vai ao Beira-Rio encarar o Internacional, no domingo. No sábado, o Atlético-PR, que demora a dar sinais de reação e já preocupa os torcedores rubro-negros paranaenses, vai receber o Bahia na Arena da Baixada.

Armação ofensiva

A notícia do trágico acidente de carro em Florianópolis, na madrugada deste domingo, com o atacante Dudu, do Figueirense, que vitimou três pessoas em Florianópolis, entristeceu a torcida e o time catarinense. Mas dentro de campo não influiu no rendimento. O técnico Jorginho já havia contrariado um velho ditado do futebol de que "em time que se ganha não se mexe" e escalou de saída Fernandes e Wilson Pittoni no meio-campo para deixar o Figueira mais ofensivo. Apenas o primeiro volante, Ygor, tinha características mais defensivas. Afinal, o time de Floripa contava com a segunda melhor defesa do campeonato.

Mal na tabela, o Furacão só havia marcado um gol na competição - de Madson, no empate com o Flamengo semana passada. Mas Adilson Batista preferiu manter Paulo Baier no banco e sacar Branquinho para lançar Cléber Santana, para reforçar a marcação.

Com menos de dez minutos, já dava para perceber que Jorginho foi mais sábio do que Adilson
 

Com menos de dez minutos de jogo, já dava para perceber que Jorginho foi mais sábio. Preferiu um meio-campo habilidoso, que pudesse ficar mais com a posse de bola. Resultado: em menos de 20 minutos, já fazia a vantagem de 2 a 0.

Vestindo a camisa 10, Fernandes comandava as ações e, em tabelinha com Héber, por pouco não abriu o placar. Outro que justificava a boa mexida de Jorginho era Wilson Pittoni. Armava bem as jogadas pelo lado direito.Só não foi o garçom do primeiro gol porque Héber encontrou Márcio seguro para defender.

Gols em 19 minutos

Pouco depois, Pittoni servia novamente o atacante, que chegou atrasado com Aloísio para empurrar a bola para as redes. Mas aos 15, o camisa 11 não perdoou: dessa vez pela esquerda, após passe de Juninho, Héber girou sobre Rafael Santos e bateu de canhota, sem defesa: 1 a 0.

O Furacão sofreu baque com o gol. Madson, isolado, não conseguia municiar Guerrón e Nieto. Mesmo com Cléber Santana, o meio-campo era envolvido pelo toque de bola do time catarinense. Não demorou muito para o Figueira aumentar o placar: aos 19, Fernandes poderia ter encoberto Márcio, que saiu bem e salvou. Mas Juninho fez a coisa certa: no rebote, encobriu o goleiro e correu para o abraço.

Alias, o lateral-esquerdo era das melhores opções de jogada do Figueirense até marcar o segundo gol da equipe. Dali em diante, o time, com a vantagem no placar, relaxou e deu campo ao Furacão. O Rubro-Negro cresceu mais por vacilos do adversário do que por próprio mérito. O único, por sinal, foi melhorar o jogo pelas laterais. Por ali, fez a melhor jogada, mas desperdiçou a chance de diminuir. Edson Bastos errou - isso mesmo, errou - a cabeçada em centro de Paulinho. A bola sobrou para Nieto, que bateu para fora. E antes de a primeira etapa, Rafael Santos fez Wilson - que completava 250 jogos pelo Figueirense e ganhou uma placa comemorativa - trabalhar.

Mudanças no Furacão

Adaílton no lugar de Guerrón no ataque e Robston no de Paulinho na defesa foram as mexidas de Adilson Batista para, no segundo tempo, o Furacão reagir. Marcelo Oliveira passaria a ser o lateral-esquerdo. A única mudança foi que Róbston, com apenas sete minutos em campo, ganhou o cartão amarelo que ninguém havia recebido na primeira etapa. Do lado do Figueira, Jorginho, já satisfeito com o resultado, sacou o lateral Bruno para pôr o volante Coutinho.

O segundo tempo ficou bem arrastado. O Figueirense olhava para o relógio e torcia para o tempo passar. Em um ou outro contra-ataque, mostrava mais interesse em ampliar o placar. O ritmo caiu mais ainda quando Fernandes foi substituído por Rhayner.

As alterações de Adilson Batista em nada resolviam. Cléber Santana, o escolhido para começar a partida, só foi notado mesmo quando deu um chute de fora da área aos 18 do segundo tempo em que o homenageado Wilson tocou para escanteio. Depois, o técnico sacou Nieto para, enfim, pôr um meia de ligação, Branquinho. Mas de nada adiantava lançar um armador e sacar um atacante. Deu na mesma.

Jorginho tirou outro destaque do time, Wilson Pittoni, cansado, e botou mais um volante,
Túlio, aquele mesmo que foi do Botafogo e do Grêmio. Deu o recado de que era só segurar o resultado. Foi o que aconteceu.